Em busca de investimento acessíveis e de maior risco, investidores brasileiros apostam no mercado de criptomoedas. Uma pesquisa realizada pela plataforma Finbold mostra que elas são o principal alvo de investidores em 2023.
Com limitações para fazer transações financeiras no exterior, as criptomoedas são apontadas como ativos capazes de proteger patrimônios e com alto potencial de rentabilidade.
Mesmo em queda, criptomoedas têm a preferência dos brasileiros para 2023
A pesquisa Finbold aponta que 35% dos entrevistados demonstraram vontade de investir em criptomoedas no próximo ano. A categoria de investimentos bateu investimentos mais consolidados no Brasil, como ativos do setor imobiliário e ações.
O estudo também mostra: o interesse brasileiro é muito maior do que em outros países. No ranking geral, as criptomoedas são apenas a quarta opção de investimentos, sendo a preferência de 26% dos entrevistados.
Essa preferência por criptomoedas chega em um momento de baixa. Em 2022, as criptomoedas mais populares do mercado estão enfrentando o que especialistas chamam de “inverno cripto”.
Com base no Índice de Medo e Ganância, que mede a expectativa do mercado cripto, é possível afirmar: o medo de investir em criptomoedas tem tomado conta do mercado.
A alta da inflação, o início da guerra entre Rússia e Ucrânia e o encerramento de diversas empresas e projetos do universo cripto são os principais fatores para o pessimismo.
Todas essas questões afetaram as duas principais criptomoedas do mercado. Em 2022, Bitcoin e Ether (criptomoeda da rede Ethereum) acumulam uma queda de 65%, segundo dados da CoinMarketCap.
Entre outros projetos de grande valor no mercado, a criptomoeda Solana também já acumula uma queda de 92% no ano. Para se ter ideia, o bitcoin chegou a valer US$ 69 mil em 2021 e atualmente bate a marca de US$ 17 mil.
Com o momento nada animador, o que impulsiona a vontade de investidores brasileiros é a consistência do mercado cripto nos últimos anos. A ideia seria comprar criptomoedas em baixa e rentabilizar esses investimentos no longo prazo.
Facilidade de acesso a criptomoedas motiva investidores
O mercado brasileiro tem se aberto rapidamente ao mercado de criptomoedas. Plataformas de investimento, fintechs e até bancos tradicionais têm ajudado no processo de facilitar o acesso a criptomoedas.
Empresas como Mercado Pago e Nubank já apresentam a possibilidade de compra e venda de criptomoedas no aplicativo dos serviços, impulsionando os investimentos por parte dos clientes.
O Banco do Brasil, uma das instituições financeiras mais tradicionais do país, fechou parceria com a startup Bitfy e deve buscar o impulsionamento de iniciativas criptos em 2023.
Todas essas iniciativas têm facilitado o acesso à compra de criptomoedas. Hoje, o investidor brasileiro pode comprar criptomoedas pelo aplicativo do seu banco digital, ter toda a proteção de custódia dos ativos e acompanhar a rentabilidade dos investimentos.
Regulamentação de mercado cripto no Brasil deve potencializar criptomoedas no país
No fim do ano, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei nº 4.401/2021, de autoria do deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade/RJ), que regulamenta a prestação de serviços e o mercado de criptomoedas no Brasil.
Segundo André Portilho, responsável pela Mynt e head de ativos digitais do BTG Pactual, a aprovação do projeto de lei é um marco para a indústria brasileira. Portilho também destaca que o projeto manteve boa parte do seu teor inicial, garantindo uma regulamentação justa e detalhada do mercado cripto no país.
Desse modo, a expectativa é de que a busca pelo investimento em criptomoedas seja destaque no mercado financeiro brasileiro em 2023. A tendência é de haver um aprofundamento das opções de investimentos em criptomoedas, o que deve favorecer o aumento do volume de aportes em ativos digitais.